sábado, 28 de maio de 2011

A MISERICÓRDIA DIVINA



Existem sentimentos ou estados ligados aos aspectos mais elevados do Ser que dificilmente podemos definir com palavras.
Um desses sentimentos é a Misericórdia.
Na abstração da nossa mente sem dúvidas a compreendamos, porém nossa curta visão terrena não permite o seu real entendimento e prática.
Na minha humilde tentativa de definir a Misericórdia, “topei” com uma serie de conceitos interessantes os quais podem nos aproximar deste nobre sentimento.


Vejamos a “fórmula” da Misericórdia:


(Conhecimento) + (Consciência) + (Compreensão) X (Sabedoria) AMOR


O Conhecimento torna-se indispensável para o crescimento da alma humana, conhecimento este caracterizado não só pelo aprimoramento intelectual, mas também pela vivencia e prática do mesmo.
Uns dos piores males da humanidade é a ignorância que leva a alma a mergulhar nas profundezas das Trevas e retardar seu processo evolutivo. Lembrando que Informação é Luz, sem a mesma nunca poderemos Compreender os porque o os processos humanos em todos os níveis.
Sem Compreensão não existe Misericórdia.
Normalmente o ser humano se julga e julga seu semelhante sem ter uma mínima noção das limitações de cada alma, do que aconteceu com a mesma para chegar aonde chegou, quais são os traumas, conceitos, ensinamento que recebeu para ser como é por quantas manipulações já passou, quanta autopunição se colocou na sua culpa e medo implacáveis, etc.
A Compreensão e o Conhecimento trazem consigo um outro aspecto mais profundo que é a Sabedoria a qual se “alimenta” do Amor e nos leva a expandir incrivelmente nossa Consciência.
Será a misericórdia um sentimento, estado da alma ou simplesmente o reconhecimento da própria consciência divina?
A misericórdia é inerente ou inata ao espírito já evoluído e programado para este sentimento. É alcançada quando o ser adquire Consciência.
Lembro das sabias palavras de Trigueirinho:
Não se pode incutir em um outro a abertura a um estado espiritual; mas, tendo-se sido agraciado com a visão, ainda que turva do caminho a seguir ou mais correto a ser tomado, pode se alertar a um irmão sobre os pontos que. Se ele quiser poderá assumir e levar adiante.
Porém aquele que não cultivou em si à gratidão pela vida não está apto a acolher tais indicações.
Quando as Mônadas Secundarias ou as Divinas Presenças Eu Sou são formatadas recebem uma série de atributos e dons.
Uns dos mais nobres é a Misericórdia.
Ao contrario do que pensamos muitos nos encontramos em um processo de “recordar” nossos dons ou atributos e não forçando nossas almas a sentir alguma coisa.
Para se ter misericórdia por um outro ser precisamos primeiramente sentir-la por nós mesmos.
Será que nos sentimos misericórdia?
E um a boa pergunta para que cada um possa analisar ao respeito.
O sentimento de Misericórdia pode também ser “acordado” pela “revolta” e “impotência” daquelas almas que não admitem a dor e o sofrimento e que na corrida de querer compreender os porquês lutam contra as limitações ajudando seus semelhantes a se libertarem.
Observem como a Humanidade sempre foi “vitima” de conceitos errados se conformando com as “migalhas”, se punindo, se achando pecadora e não merecedora. Pedindo desesperadamente Misericórdia Divina! E esperando que alguma Divindade possa “olhar” por ela.
Porém a realidade e outra.
Desde que temos conhecimento da nossa historia só apanhamos em todas as épocas e situações. E qualquer coisa boa que nos acontece agradecemos a Deus ou aos Deuses pela Sua Misericórdia de lembrar de Seus servos.
Chega!
A Misericórdia começa por nos!
Olhemos nos com mais carinho e trabalhemos o merecimento, pois depois de ter passado por tantas experiências de dor e sofrimento somos nós merecedores de reconhecimento e não Deus!
Reconheçamos sim a ajuda de seres espirituais que se encontram evolutivamente em outro patamar e em vez de seguir seus caminhos se “detiveram” na Terra para nos ajudar.
Esses seres a partir da compreensão e sabedoria nos legaram importantes ensinamentos sobre as Leis Universais.
Agora analise:
Você que tem conhecimento das outras realidades, que trabalha dentro de alguma filosofia, dogma ou religião.
Que sabe que existem bilhões de almas sofredoras tanto encarnadas como vivendo em outras dimensões atreladas ao plano terreno.
O que você faz por elas?
Quantas vezes por dia você se lembra que elas existem?
Quantas vezes você para e pensa em ajudar?
Será que atuamos da mesma forma que nossos deuses criadores?
Não estamos nem ai.
Damos um sem fim de desculpas e seguimos adiante.
Cadê a nossa misericórdia pelos milhões de pessoas que morrem de fome todos os dias?
Que morrem nas catástrofes naturais?
Que sofrem as arbitrariedades das ditaduras?
Pelas crianças que trabalham de sol a sol sendo exploradas?
Pelos ignorantes que se encontram nas mais profundas Trevas?
Existem muitas maneiras de pôr em pratica a nossa Misericórdia.
Seja Compreensão.
Seja Conhecimento.
Seja Amor.
Alcançará assim a Sabedoria. E porque não poderá dar o exemplo aos nossos “Deuses” de um verdadeiro atributo divino como é a Misericórdia.


A Misericórdia é um dom da alma.
Um atributo do espírito.
A marca da verdadeira Humanidade.
Não se escreve com palavras e
sim com atitudes




Carina Greco.
Florianópolis
2 de outubro de 2006.

domingo, 22 de maio de 2011


Sidarta Gautama, o Primeiro Buda, nasceu aproximadamente no dia 8 de abril, há 2550 anos. Ele era filho de Sudhodhana o Príncipe representante da Casta dos Sakya, nos Himalaias, e de Maya, a princesa-esposa. Sete dias após o seu nascimento, sua mãe morreu e Ele foi criado pela tia. Recebeu a visita de vários sábios, um deles, percebendo a Luz Dourada que emanava da criança, previu que ele se transformaria no Buda: “Ser iluminado”. Mas o pai somente queria que o filho se tornasse herdeiro dele no governo e desestimulou completamente as curiosidades do filho em relação à vida, criando-o sob o olhar atento dos guardas do palácio que não permitiam que ele fosse ao exterior e então, não conhecia a vida como ela é: com sofrimentos, pobrezas e alegrias simples. Aos sete anos acompanhou o pai a um passeio: a cidade tinha sido preparada para recebê-lo. No caminho ele avistou animais se devorando uns aos outros e começou se questionamento sobre o que leva os seres vivos a se matarem.
O tempo passou, e aos 16 anos recebeu a mão da sua prima Yasodhara em casamento com quem teve um filho. Continuava a ser educado pelos melhores Mestres e seu pai o cobria com riqueza. Quando saía do palácio o pai sempre mandava limpar a cidade, enfeitar as casas e tirar os mendigos e doentes das ruas. Apesar de casado, era assistido por muitas mulheres que ficavam ao seu lado por ordem do pai. Mas Sidarta não estava feliz. Ele pensava muito nos problemas da vida, que mesmo contra a vontade do pai, ele percebia no rosto das pessoas. Nestes momentos ele sentava-se sob uma árvore querendo entender isto. Lá ele permanecia em silêncio por horas sem se movimentar, o que o levou a ser chamado de Sákyamuni – ‘O Sábio (muni) silencioso dos Sákya (casta da família)’.
O pai começou a perceber a mudança do filho e com medo da profecia que foi feita ao nascer, impedia o seu convívio com as pessoas. Um dia Siddharta saiu do palácio sem avisar a ninguém e viu a cidade como realmente era: sem festas, suja e com pessoas doentes, velhos sofrendo e mortos. Mas também viu um homem que mesmo estando muito magro, mantinha um olhar de serenidade. Disseram-lhe que ele era um ‘homem santo’ que havia escolhido essa vida porque não mais tinha apego às paixões mundanas. Siddharta percebeu então que havia uma saída para a dor e quis ser como ele. Contra a vontade de seu pai, aos 29 anos abandonou de vez o palácio, o filho Rahula e a esposa. Partiu com seu servo e despindo-se de todas as suas roupas de príncipe, começou uma vida de simplicidade para descobrir o despertar. Mas em pouco tempo abandonou também o servo e o cavalo, vistiu um manto amarelo e saiu a perambular atrás do que Ele chamava de Despertar de Maya, (Ilusão).
Esteve em contato com muitos Mestres, que lhe ensinaram a arte da Meditação. Mas mesmo com todos estes avançados ensinamentos ele sentia que não era o suficiente. Se tornou um asceta por seis anos. Numa das suas experiências escutou alguém ensinando música dizer a seu aluno que quando as cordas de um instrumento estão muito frouxas não emitiam som adequado e se forem esticadas, elas arrebentavam. Nesse momento ele compreendeu que a austeridade física não era o caminho da libertação porque a privação excessiva de alimentos somente iria debilitar o seu corpo e o impediriam de continuar sua busca. E começou a se alimentar novamente quebrando seu jejum, ato que foi incompreendido pelos seus seguidores que achavam que Ele já não estava resistindo à tentação do alimento. Sem mágoas, Ele disse que a vida deve ser como um rio, que nem se atrasa nem corre demais, mas apenas segue seu caminho. Sem compreendê-lo o abandonaram. Ele continuou seu trabalho de descobrir a verdade: sentado em posição de meditação, lótus, (que hoje se chama zazen) esvaziou o pensamento e sem se apegar a nada permaneceu assim, às margens do rio, embaixo de uma figueira.
Foi atacado por Mara, o demônio, de muitas formas, mas a todas venceu. Medo, luxuria, ataques de animais ferozes, flechas, tudo venceu. Então, Mara deferiu o último ataque: o do ego, e o provocou dizendo ‘Quem tu pensas que és para procurar descobrir a Suprema Iluminação? Nem testemunhos tu tens! Mas a terra se abriu nesse momento e o espírito Dela se mostrou como sua testemunha. Uma chuva forte caiu e uma serpente Naja gigante colocou-se atrás de Sidartha cobrindo a sua cabeça para que nem os pingos da chuva atrapalhassem a sua meditação. Finalmente Ele obteve a Iluminação. Percebeu que existe só uma realidade, que no Cosmos todos estamos unidos e que todo conhecemos se conhecemos a relação com o Cosmos. Assim, aos 35 anos Siddartha Gautama tornou-se o Buda.
No seu caminho até a Luz, Ele percebeu que existem passos na vida dos seres que Ele chamou de Quatro Nobres Verdades. São elas:
- Existe o sofrimento.
-Há uma causa para o sofrimento.
-O sofrimento pode cessar.
-Há um Caminho óctuplo para cessar todo sofrimento, que são os oito passos que Ele descreve para viver bem. São eles:
1 - Pensamento correto: reconhecer nossos defeitos e os dos demais sem julgamentos, indo na direção do aprimoramento interior com determinação.
2 - Ação Correta: Transformar os defeitos em ações positivas. Perdoar, amar e se desapegar.
3 - Visão Correta: concentrar a nossa atenção em atividades positivas e de crescimento como a meditação e o silêncio.
4 - Modo de Vida Correto: Respeitar a todos e a tudo, já que tudo tem vida.
5 - Esforço Correto: superar os próprios limites para alcaçar a iluminação.
6 - Atenção Correta: combater as paixões mundanas: ira, inveja, ciúme, e outros.
7 - Palavra correta: Falar somente o que pode ajudar os outros a crescerem.
8 -Compreensão Correta: compreender que em tudo há vida, e que a vida é Luz

Rakel

quarta-feira, 11 de maio de 2011

A ARTE DE CALAR

"O silêncio é um momento vivificante de graça, em que a criatura se cala, mas o espírito fala"
Calar sobre sua própria pessoa, é humildade.
Calar sobre os defeitos dos outros, é caridade.
Calar quando a gente está sofrendo, é heroísmo.
Calar diante do sofrimento alheio, é covardia.
Calar diante da injustiça, é fraqueza.
Calar quando o outro está falando, é delicadeza.
Calar quando o outro espera um palavra, é omissão.
Calar e não falar palavras inúteis, é penitência.
Calar quando não há necessidade de falar, é prudência.
Calar quando DEUS nos fala no coração, é silêncio.
Calar, diante do mistério que não entendemos, é sabedoria.

Arrependo-me muitas vezes de ter falado, nunca de me ter calado. Seja dono de sua boca para não ser escravo de suas palavras. Cuide da palavra. É da essência da palavra, tornar-se realidade. Palavras como: "péssimo", "infeliz", "desgraçado"..., podem voltar-se contra você e infelicitar a sua vida.



Repetidas, mais fortes ainda tornam-se os seus efeitos. Tenha cuidado. Fale somente o que é bom. Quando não puder falar o que é bom, cale-se. Ter a fala disciplinada é conquistar segurança e grandeza de espírito.

Aprenda a falar com Jesus em seu coração, e em sua mente ele se manifestará.


Sabedoria dos Mestres - Autor desconhecido

domingo, 8 de maio de 2011

Mãe





Procurei ansiosamente
Um símbolo do amor de Deus no mundo,
Carinho permanente,
Amor que nada mais pedisse à vida,
A fim de estar contente,
Que o dom de ser amor sublimado e profundo.
 
Vi o Sol trabalhando sem cansaço
Doando-se sem pausa, alto e bendito,
O astro imenso, porém, pedia espaço,
De maneira a brilhar nas telas do Infinito.
Julguei achar na fonte esse traço perfeito,
Fitando-lhe a corrente a servir sem parar,
Mas a fonte exigia a hospedagem do leito
A fim de prosseguir à procura do mar.
Fui à árvore amiga e anotei-lhe a lição:
Conquanto a se entregar tanto aos bons quanto aos brutos,
Precisava defesa e vínculos no chão
Ao fornecer, sem paga, a riqueza dos frutos.
Vi a abelha no favo a pedir mel às flores,
Nuvens para servir solicitando alturas,
Escolas sem função buscando professores
E o lar para ser lar exigindo estruturas.
Toda força do bem que ao bem se entregue
Em bondade constante e em contínua grandeza,
Assegura-se, vive, auxilia e prossegue,
Algo requisitando ao Mundo e à Natureza,
Em ti, unicamente, Mãe querida,
Encontro o amor que nasce e cresce, em suma,
No sacrifício puro, acalentando a vida,
Sem reclamar da Terra cousa alguma.
Eis porque sobre todo amor que existe
As Mães são guias, anjos, cirineus,
Cujo brilho por si nos protege e persiste
Em ser somente amor, no excelso amor de Deus.
Estrela, Deus te guarde em teu fulgor celeste!...
Agradeço-te a luz, o carinho e o perdão...
Bendita sejas, Mãe, porque me deste
A presença de Deus no coração.



Francisco Candido Xavier
Ditado pelo espírito Maria Dolores

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Caridade


A caridade não se faz, se pratica. A cada novo dia, a cada hora da vida. Não se leva nada do mundo a não ser a lição aprendida, a sabedoria absorvida, as emoções guardadas e a caridade que se pratica - fundamental para todo aquele que conhece e descobre que a caridade é a fonte da alma que ilumina o caminho. Nenhuma força maior da natureza rompe ou desfaz quem atua com a caridade, pois ela é reconhecida e contemplada, e nada e nem ninguém contraria ou desvirtua este comportamento sereno e firme.

A caridade é a semente de proveito e de resultado, no entanto, não se comercializa, não é gerada à força e nem pela brutalidade. Aquele que vive com a culpa não conhece a caridade, mas sim com a fútil e desagradável ação de fazer, pois deve e se cobra. Aquele prefere bens materiais ou ter atos egoístas, não conhece a caridade, mas sim o bem de consumo, a palavra que negocia a alma em momentos breves e fugazes.

Pare, pense e remonte seus ideais. A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. Plante sementes de caridade como: dar uma palavra, saber ouvir uma palavra, sentar ao lado de alguém, acompanhar alguém, ter tempo para dividir com alguém, manter uma porta aberta para receber alguém, e para acolher uma alma. Na próxima esquina que passar e surgir um pedido como: "você tem um tempo para mim?", pense e analise, mas não se afaste.

A caridade é iniciada no lar, acompanha os amigos, os colegas, os dependentes do seu trabalho, os vizinhos e toda pessoa que passar em sua vida. Todos estão ligados a esta força, pois a caridade nada mais é que uma fonte que incentiva, alegra, gratifica e nos torna almas evoluídas e carismáticas.

Abençoado é aquele que pratica a caridade com o coração e a razão, pois tudo no universo é equilíbrio, fonte do ser e do saber.

Texto de Miriam Zelikowski - Especialista em odontologia emocional e bioterapia, mestre em energias terapêuticas

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Inocente ou culpado?


Conta uma lenda que, na Idade Média, um homem muito religioso foi injustamente acusado de ter assassinado uma mulher. Na verdade, o autor do crime era uma pessoa influente no reino e, por isso, desde o primeiro momento, se procurou um bode expiatório para acobertar o verdadeiro assassino.

O homem injustamente acusado de ter cometido o assassinato foi levado a julgamento. Ele sabia que tudo iria ser feito para condená-lo e que teria poucas chances de sair vivo das falsas acusações. A forca o esperava!

O juiz, que também estava conluiado para levar o pobre homem à morte, simulou um julgamento justo, fazendo uma proposta ao acusado para que provasse sua inocência.

Disse o desonesto juiz:
-Como o senhor, sou um homem profundamente religioso. Por isso, vou deixar sua sorte nas mãos de Deus. Vou escrever em um papel a palavra "inocente" e em outro a palavra "culpado". Você deverá pegar apenas um dos papéis. Aquele que você escolher será o seu veredicto.

Sem que o acusado percebesse, o inescrupuloso juiz escreveu nos dois papéis a palavra "culpado", fazendo, assim, com que não houvesse alternativa para o homem. O juiz, então, colocou os dois papéis em uma mesa e mandou o acusado escolher um. O homem, pressentindo o embuste, fingiu se concentrar por alguns segundos a fim de fazer a escolha certa. Aproximou-se confiante da mesa, pegou um dos papéis e rapidamente colocou-o na boca e o engoliu. Os presentes reagiram surpresos e indignados com tal atitude.

O homem, mais uma vez demonstrando confiança, disse:
-Agora basta olhar o papel que se encontra sobre a mesa e saberemos que engoli aquele em que estava escrito o contrário.