domingo, 22 de maio de 2011


Sidarta Gautama, o Primeiro Buda, nasceu aproximadamente no dia 8 de abril, há 2550 anos. Ele era filho de Sudhodhana o Príncipe representante da Casta dos Sakya, nos Himalaias, e de Maya, a princesa-esposa. Sete dias após o seu nascimento, sua mãe morreu e Ele foi criado pela tia. Recebeu a visita de vários sábios, um deles, percebendo a Luz Dourada que emanava da criança, previu que ele se transformaria no Buda: “Ser iluminado”. Mas o pai somente queria que o filho se tornasse herdeiro dele no governo e desestimulou completamente as curiosidades do filho em relação à vida, criando-o sob o olhar atento dos guardas do palácio que não permitiam que ele fosse ao exterior e então, não conhecia a vida como ela é: com sofrimentos, pobrezas e alegrias simples. Aos sete anos acompanhou o pai a um passeio: a cidade tinha sido preparada para recebê-lo. No caminho ele avistou animais se devorando uns aos outros e começou se questionamento sobre o que leva os seres vivos a se matarem.
O tempo passou, e aos 16 anos recebeu a mão da sua prima Yasodhara em casamento com quem teve um filho. Continuava a ser educado pelos melhores Mestres e seu pai o cobria com riqueza. Quando saía do palácio o pai sempre mandava limpar a cidade, enfeitar as casas e tirar os mendigos e doentes das ruas. Apesar de casado, era assistido por muitas mulheres que ficavam ao seu lado por ordem do pai. Mas Sidarta não estava feliz. Ele pensava muito nos problemas da vida, que mesmo contra a vontade do pai, ele percebia no rosto das pessoas. Nestes momentos ele sentava-se sob uma árvore querendo entender isto. Lá ele permanecia em silêncio por horas sem se movimentar, o que o levou a ser chamado de Sákyamuni – ‘O Sábio (muni) silencioso dos Sákya (casta da família)’.
O pai começou a perceber a mudança do filho e com medo da profecia que foi feita ao nascer, impedia o seu convívio com as pessoas. Um dia Siddharta saiu do palácio sem avisar a ninguém e viu a cidade como realmente era: sem festas, suja e com pessoas doentes, velhos sofrendo e mortos. Mas também viu um homem que mesmo estando muito magro, mantinha um olhar de serenidade. Disseram-lhe que ele era um ‘homem santo’ que havia escolhido essa vida porque não mais tinha apego às paixões mundanas. Siddharta percebeu então que havia uma saída para a dor e quis ser como ele. Contra a vontade de seu pai, aos 29 anos abandonou de vez o palácio, o filho Rahula e a esposa. Partiu com seu servo e despindo-se de todas as suas roupas de príncipe, começou uma vida de simplicidade para descobrir o despertar. Mas em pouco tempo abandonou também o servo e o cavalo, vistiu um manto amarelo e saiu a perambular atrás do que Ele chamava de Despertar de Maya, (Ilusão).
Esteve em contato com muitos Mestres, que lhe ensinaram a arte da Meditação. Mas mesmo com todos estes avançados ensinamentos ele sentia que não era o suficiente. Se tornou um asceta por seis anos. Numa das suas experiências escutou alguém ensinando música dizer a seu aluno que quando as cordas de um instrumento estão muito frouxas não emitiam som adequado e se forem esticadas, elas arrebentavam. Nesse momento ele compreendeu que a austeridade física não era o caminho da libertação porque a privação excessiva de alimentos somente iria debilitar o seu corpo e o impediriam de continuar sua busca. E começou a se alimentar novamente quebrando seu jejum, ato que foi incompreendido pelos seus seguidores que achavam que Ele já não estava resistindo à tentação do alimento. Sem mágoas, Ele disse que a vida deve ser como um rio, que nem se atrasa nem corre demais, mas apenas segue seu caminho. Sem compreendê-lo o abandonaram. Ele continuou seu trabalho de descobrir a verdade: sentado em posição de meditação, lótus, (que hoje se chama zazen) esvaziou o pensamento e sem se apegar a nada permaneceu assim, às margens do rio, embaixo de uma figueira.
Foi atacado por Mara, o demônio, de muitas formas, mas a todas venceu. Medo, luxuria, ataques de animais ferozes, flechas, tudo venceu. Então, Mara deferiu o último ataque: o do ego, e o provocou dizendo ‘Quem tu pensas que és para procurar descobrir a Suprema Iluminação? Nem testemunhos tu tens! Mas a terra se abriu nesse momento e o espírito Dela se mostrou como sua testemunha. Uma chuva forte caiu e uma serpente Naja gigante colocou-se atrás de Sidartha cobrindo a sua cabeça para que nem os pingos da chuva atrapalhassem a sua meditação. Finalmente Ele obteve a Iluminação. Percebeu que existe só uma realidade, que no Cosmos todos estamos unidos e que todo conhecemos se conhecemos a relação com o Cosmos. Assim, aos 35 anos Siddartha Gautama tornou-se o Buda.
No seu caminho até a Luz, Ele percebeu que existem passos na vida dos seres que Ele chamou de Quatro Nobres Verdades. São elas:
- Existe o sofrimento.
-Há uma causa para o sofrimento.
-O sofrimento pode cessar.
-Há um Caminho óctuplo para cessar todo sofrimento, que são os oito passos que Ele descreve para viver bem. São eles:
1 - Pensamento correto: reconhecer nossos defeitos e os dos demais sem julgamentos, indo na direção do aprimoramento interior com determinação.
2 - Ação Correta: Transformar os defeitos em ações positivas. Perdoar, amar e se desapegar.
3 - Visão Correta: concentrar a nossa atenção em atividades positivas e de crescimento como a meditação e o silêncio.
4 - Modo de Vida Correto: Respeitar a todos e a tudo, já que tudo tem vida.
5 - Esforço Correto: superar os próprios limites para alcaçar a iluminação.
6 - Atenção Correta: combater as paixões mundanas: ira, inveja, ciúme, e outros.
7 - Palavra correta: Falar somente o que pode ajudar os outros a crescerem.
8 -Compreensão Correta: compreender que em tudo há vida, e que a vida é Luz

Rakel